sexta-feira, 27 de junho de 2014

Características do professor em relação a avaliação




EXAME  X  AVALIAÇÃO

Ilustração 1. Selecionar não é ensinar. Cada aluno possui uma forma de aprender diferente.

Características do professor em relação a avaliação


Avalia por meio de exame

  • ·         Classificação de alunos.
  • ·         Preocupa-se exclusivamente com o quantitativo (notas).
  • ·         Mede o conhecimento do aluno através exclusivamente de provas.
  • ·         Resulta em relações de poder entre professor e aluno. Sendo o professor o centro de tudo.
  • ·         Centra os professores e alunos apenas na certificação.
  • ·         Avalia o conhecimento por partes (conteúdo dividido por módulos).
  • ·         Preocupa-se somente com a reprodução do conteúdo.

  
  
Avalia para serviço da aprendizagem

  • ·         Analisa todo o processo de aprendizagem.
  • ·         Preocupa-se com a aprendizagem que o aluno obtém.
  • ·         Utiliza de um ou mais instrumentos de avaliação (provas, seminários, testes, ...).
  • ·         Dialoga com os alunos dando feedback dos erros e acertos.
  • ·         Utiliza tanto o qualitativo quanto o quantitativo como forma de avaliar.
  • ·         Preocupa-se com a conclusão do aluno sobre determinado conteúdo estudado.


 Dúvidas a respeito de avaliação quantitativa e qualitativa leia o post anterior a esse. Síntese do texto de Maria Teresa Esteban.


Avaliação em sala de aula. Como avaliar?




Ilustração 1. Como verificar o aprendizado do aluno?


Síntese do texto: “Ser professora: avaliar e ser avaliada”.
Maria Teresa Esteban


No dia a dia escolar, avaliar é uma tarefa não tão fácil que exige da professora grande responsabilidade propondo instrumentos a serem usados, aplicando e analisando com o objetivo de mostrar o grau de aprendizado do aluno ou aluna.
Em um contexto avaliativo a professora por ser o sujeito que conhece distanciar-se do objeto de conhecimento, criando uma distância epistemológica que costura ações no processo de avaliação. O aluno por sua vez torna-se o objeto de conhecimento que precisa ser avaliado pela professora. A partir disso usa-se de meios de fragmentar os alunos e alunas em partes observáveis, que podem ser medidas, comparadas classificadas e que possam receber um valor que é registrado e que informa a posição do estudante no âmbito escolar.
Entre a professora e seus alunos e alunas interpõem-se instrumentos e procedimentos - provas, testes, exercícios, fichas, boletins - com a finalidade de aferir o conhecimento que o(a) estudante possui. Esses instrumentos têm como função isolar a  subjetividade que constitui a dinâmica escolar e dando atenção especialmente a quantitativo que mostre em dados o rendimento de cada aluno. A prática de avaliação quantitativa pretende medir o conhecimento para classificar os(as) estudantes, essa apresenta uma dinâmica que isola os sujeitos, dificulta o diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de cooperação estimulando assim a competição. 
A avaliação remete a uma ação da professora sobre os alunos e alunas, muitas vezes vista como uma relação de poder, essa intersubjetiva baseada em classificação propondo transformar o outro objeto. A professora aprende no dia a dia escolar duas lições que se contradizem, é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, muito menos aprender mais resultando apenas na exclusão.
A avaliação qualitativa tenta responder a avaliação quantitativa utilizando da dinâmica e intensidade na relação de aprendizagem ensino. Os exames passam a ser complementados pela observação da professora sobre o movimento dos alunos e alunas que aprendem, usando também da auto avaliação como forma do processo avaliativo. O boletim ganha novo formato somando-se à apresentação dos conceitos comentários referentes a observações da professora, e em alguns casos a auto avaliação dos estudantes, sendo at mesmo feita pelos responsáveis. Uma nova possibilidade de análise de aprendizagem e da avaliação dos estudantes como sujeitos que aprendem, mas a avaliação quantitativa ainda gerencia todo o processo.
A avaliação no processo de superação dessa concepção, inscreve-se no conjunto de práticas escolares e sociais que enfatiza a produção do conhecimento como processo realizado por seres humanos em interação, que, ao se conhecer, se conhecem; ao produzir o mundo no qual vivem, se produzem, ao viver, vão esgotando suas possibilidades de vida individual e estreitando os laços que unem cada um à infinita rede da vida.
Para avaliar, é preciso produzir instrumentos e procedimentos que nos ajudem a dar voz e visibilidade ao que é silenciado e apagado. Com muito cuidado, por que o objetivo principal não é melhor controlar e classificar, mas sim melhor compreender e interagir.
Assim a avaliação não pretende controlar e classificar o rendimento do aluno ou aluna, tampouco pode ser, direta ou indiretamente, usada para controlar e classificar o rendimento da professora. A avaliação pretende promover uma reflexão que participe da experiência de ensinar com a de aprender, desenvolvida coletivamente em sala de aula, ou em qualquer local do ambiente escolar.



ESTEBAN, Maria Teresa. Ser professora: avaliar e ser avaliada. IN: ESTEBAN, Maria Teresa (org). Escola, currículo e avaliação. 2.ed. São Paulo, Cortez, 2005, p.13-27.