História
de vida: “Um relato sobre avaliação”.
O modo de avaliação usados por meus
professores desde os primeiros anos iniciais na escola foram diversificadas.
Alguns realmente estavam preocupados com o que eu e meus colegas aprendíamos,
ajudavam onde achavam que havia dificuldade, dialogavam e comemoravam nossa
aprovação. Outros preferiam manter distância seguindo autoridade e
rigorosidade.
No primário tudo parecia tão divertido,
o ato de ir à escola, falar com os amigos e professora (tia) aprendíamos coisas
sem se preocupar com notas ou passar de ano. Os professores cobravam que nós
aprendêssemos e quando errávamos repetíamos até aprender, algo trabalhoso mas
que só avançaríamos se realmente aprendêssemos. Nesse tempo, algumas regras
eram cobradas diariamente, todo dia ao final da aula rezávamos todos em um só
ritmo o Pai nosso.
As professoras cobravam que nós respeitássemos
os colegas e os mais velhos, agradecêssemos o que recebemos, prezavam que
usássemos frequentemente as saudações, bom dia, boa tarde, com licença. Éramos
avaliados por aquilo que tínhamos aprendido bem como o que produzimos.
No fundamental muda totalmente o
paradigma de avaliação, toda responsabilidade de aprendizagem era jogada para
nós, onde tínhamos que aprender por que valeria nota. E com o avanço dos
conteúdos que cada vez se tornavam mais difíceis até por serem novidades para
nós, houve uma mudança na forma como éramos cobrados em relação a avaliação.
Geralmente eram feitas 3 provas a cada bimestre onde ao final tínhamos uma média
onde essa representava aquilo que aprendemos. As provas eram baseadas em
respostas dos exercícios, onde tínhamos que decorar (por meio de repetição) e
transpor exatamente igual na prova. Caso estivesse diferente ou escrito de
forma diferente era considerada errada.
Partindo para o ensino médio todas as
atenções eram voltadas para o vestibular, na época do PSS (processo seletivo
seriado) todo conteúdo estudado era referido como: “esse assunto pode cair na
prova do PSS”. As avaliações continuavam a ser cobradas por reprodução, exceto
casos raros onde alguns professores utilizavam de instrumentos de avaliação que
nós desconhecíamos, “seminário” por exemplo. Esse instrumento em particular
causava pânico entre todos. A preocupação com o medo de errar na frente de
todos, o nervosismo, a falta de domínio no conteúdo acarretava em uma má
assimilação do conteúdo, onde recorríamos para os famosos papeis de “anotações”,
que na verdade era o próprio conteúdo escrito exatamente como o professor
queria ver e ouvir.
Com o ingresso no ensino superior todos
os olhos são voltados ao famoso CRE (Coeficiente de rendimento escolar) a
necessidade de manter uma média alta é tratada com importância maior que a do
aprendizado. As avaliações, geralmente utilizando prova como ferramenta ainda
geram desconforto por exigir a reprodução exata do conteúdo apresentado pelo
professor. Alguns professores tentam mudar esse paradigma, mas por maioria esse
modo de avaliação permanece.
Assim,
se for observado grande parte de minhas experiências com avaliação foi
utilizado uma avaliação quantitativa, exceto nos anos iniciais onde era
possível notar uma preocupação maior com o que era aprendido. Hoje ainda é
possível notar que isso ainda se mantem, onde as mesmas práticas são passadas
de geração para geração.
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