segunda-feira, 18 de agosto de 2014



História de vida: “Um relato sobre avaliação”.

O modo de avaliação usados por meus professores desde os primeiros anos iniciais na escola foram diversificadas. Alguns realmente estavam preocupados com o que eu e meus colegas aprendíamos, ajudavam onde achavam que havia dificuldade, dialogavam e comemoravam nossa aprovação. Outros preferiam manter distância seguindo autoridade e rigorosidade.
No primário tudo parecia tão divertido, o ato de ir à escola, falar com os amigos e professora (tia) aprendíamos coisas sem se preocupar com notas ou passar de ano. Os professores cobravam que nós aprendêssemos e quando errávamos repetíamos até aprender, algo trabalhoso mas que só avançaríamos se realmente aprendêssemos. Nesse tempo, algumas regras eram cobradas diariamente, todo dia ao final da aula rezávamos todos em um só ritmo o Pai nosso.
 As professoras cobravam que nós respeitássemos os colegas e os mais velhos, agradecêssemos o que recebemos, prezavam que usássemos frequentemente as saudações, bom dia, boa tarde, com licença. Éramos avaliados por aquilo que tínhamos aprendido bem como o que produzimos.
No fundamental muda totalmente o paradigma de avaliação, toda responsabilidade de aprendizagem era jogada para nós, onde tínhamos que aprender por que valeria nota. E com o avanço dos conteúdos que cada vez se tornavam mais difíceis até por serem novidades para nós, houve uma mudança na forma como éramos cobrados em relação a avaliação. Geralmente eram feitas 3 provas a cada bimestre onde ao final tínhamos uma média onde essa representava aquilo que aprendemos. As provas eram baseadas em respostas dos exercícios, onde tínhamos que decorar (por meio de repetição) e transpor exatamente igual na prova. Caso estivesse diferente ou escrito de forma diferente era considerada errada.
Partindo para o ensino médio todas as atenções eram voltadas para o vestibular, na época do PSS (processo seletivo seriado) todo conteúdo estudado era referido como: “esse assunto pode cair na prova do PSS”. As avaliações continuavam a ser cobradas por reprodução, exceto casos raros onde alguns professores utilizavam de instrumentos de avaliação que nós desconhecíamos, “seminário” por exemplo. Esse instrumento em particular causava pânico entre todos. A preocupação com o medo de errar na frente de todos, o nervosismo, a falta de domínio no conteúdo acarretava em uma má assimilação do conteúdo, onde recorríamos para os famosos papeis de “anotações”, que na verdade era o próprio conteúdo escrito exatamente como o professor queria ver e ouvir.
Com o ingresso no ensino superior todos os olhos são voltados ao famoso CRE (Coeficiente de rendimento escolar) a necessidade de manter uma média alta é tratada com importância maior que a do aprendizado. As avaliações, geralmente utilizando prova como ferramenta ainda geram desconforto por exigir a reprodução exata do conteúdo apresentado pelo professor. Alguns professores tentam mudar esse paradigma, mas por maioria esse modo de avaliação permanece.
            Assim, se for observado grande parte de minhas experiências com avaliação foi utilizado uma avaliação quantitativa, exceto nos anos iniciais onde era possível notar uma preocupação maior com o que era aprendido. Hoje ainda é possível notar que isso ainda se mantem, onde as mesmas práticas são passadas de geração para geração.

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